As Sete Forças que Sustentam a Vida

As Sete Forças que Sustentam a Vida
Você certamente já ouviu falar de Zambi, Deus, Tupã e tantos outros nomes usados pelos povos para se referirem ao Criador. Também conhece as divindades chamadas orixás, como Exu, Ogum, Oxóssi, Iemanjá, entre muitas outras presentes em diversas culturas do mundo. Esses nomes, símbolos e forças fazem parte da fé, da história e da espiritualidade humana. No entanto, é importante refletir: tudo isso já existia muito antes de o ser humano surgir na Terra.
A fé nos conecta ao sagrado, mas a razão e a inteligência nos ajudam a compreender o caminho da criação. A ciência mostra que o planeta Terra começou a se formar há cerca de 4,7 bilhões de anos, em um processo longo, profundo e gradual. No início, não havia vida, nem plantas, nem animais, muito menos seres humanos. Havia apenas matéria em transformação, calor intenso e forças atuando silenciosamente na construção do mundo.
O ser humano não apareceu de forma repentina. A evolução foi lenta e paciente. O gênero Homo surgiu por volta de 2,5 milhões de anos atrás, com espécies como o Homo habilis, que já produzia ferramentas, e o Homo erectus, que dominou o fogo e migrou para fora da África. O Homo sapiens, nossa espécie, surgiu entre 300 mil e 200 mil anos atrás, trazendo consigo um cérebro mais desenvolvido, linguagem simbólica, pensamento abstrato, espiritualidade e cultura acumulativa. Somente a partir de cerca de 70 mil anos atrás o ser humano moderno se espalhou pelo planeta, convivendo e interagindo com outros humanos antigos, como neandertais e denisovanos.
Mas o que existia antes de tudo isso? Primeiro, o fogo primordial; depois, a terra sólida; em seguida, o ar, a água, as florestas, os animais e, muito tempo depois, o ser humano. A tradição espiritualista dos Sete Reinos Sagrados observa esse mesmo processo sob uma visão espiritual. Segundo essa tradição, divindades cocriadoras — chamadas por diferentes nomes em cada cultura — participaram das etapas da formação do planeta, etapas essas que chamamos de reinos sagrados. Essas fases permanecem vivas até hoje e dão origem às chamadas forças primordiais.
A força do Fogo, chamada Tatá Pyatã, manifesta-se no calor, na luz e nas cores. A força da Terra, Yby Pyatã, manifesta-se nas formas sólidas, nas estruturas, nas pedras e na sustentação. A força do Ar, Ybytu Pyatã, expressa-se nos gases, no vento, no movimento, no som e na comunicação. A força da Água, Y Pyatã, manifesta-se nos rios, mares, chuvas e nos líquidos do corpo, sendo o princípio da vida e das emoções. A força das Matas, Caá Pyatã, manifesta-se nas florestas, nos animais, nos alimentos, nas ervas, nos remédios e na inteligência que descobre novos caminhos. A força da Humanidade, Abá Pyatã, revela-se nas relações humanas, na fé, no amor, na fraternidade, no livre-arbítrio e na busca por sentido.
Além dessas seis forças, existe a força espiritual, que se manifesta na consciência, na inteligência, na mente, no subconsciente e nos espíritos. Todas essas forças sutis coexistem na natureza e em nós. Quando entram em desequilíbrio, podem gerar doenças, conflitos e sofrimentos. Cada força cria campos vibratórios que agregam consciências, seres e entidades espirituais, formando hierarquias espirituais. No plano material, essas forças influenciam profissões, comportamentos, partes do corpo e sistemas humanos. Os orixás e as divindades se conectam a essas forças por serem fontes dessas vibrações. Elas são a base da magia e dos ritos praticados no Núcleo Mata Verde, sempre com o objetivo de restaurar o equilíbrio, a harmonia e a evolução do ser humano.
Saravá!
São Vicente, 19/12/2026
Manoel Lopes


