A Tradição Espiritual dos Sete Reinos Sagrados

A Tradição Espiritual dos Sete Reinos Sagrados

Uma apresentação simples e introdutória

A Tradição Espiritual dos Sete Reinos Sagrados não pertence a nenhum povo, cultura, raça ou etnia. Ela é universal, e pode ser estudada, aplicada e cultuada por qualquer pessoa, em qualquer cultura e em qualquer época da história humana. É um conhecimento que pertence à humanidade como um todo.

Com isso, afirmamos que:

1. Ela é aberta a todos

Não existe qualquer restrição de origem, nacionalidade, religião, etnia, local de nascimento ou tradição cultural.

Qualquer pessoa, em qualquer lugar do mundo, pode aprender, compreender e vivenciar seus ensinamentos.

2. Não depende de um contexto cultural específico

A Tradição não está vinculada a um povo, país ou linhagem étnica particular.

Seus princípios são universais e podem ser compreendidos e praticados por pessoas de culturas completamente distintas — sejam indígenas, europeias, africanas, asiáticas, contemporâneas ou ancestrais.

3. Pode ser praticada em qualquer época

Seus ensinamentos não pertencem a um único momento histórico.

Por tratar de temas eternos — como espírito, evolução, Deus, natureza e consciência — a Tradição pode ser estudada hoje, ter sido estudada no passado e continuará sendo válida no futuro.

4. É um conhecimento atemporal e acessível

Não se trata de uma doutrina secreta, exclusiva ou restrita a um grupo fechado.

Ela pode ser:

• Estudada — aprendida, investigada, compreendida;

• Aplicada — vivida e praticada na vida cotidiana;

• Cultuada — celebrada em ritos, oferendas e devoções;

Por qualquer pessoa, independentemente de sua cultura, período histórico, idioma ou tradição espiritual.

Seus princípios foram apresentados por seres iluminados ao longo de todas as eras da humanidade. Em nosso tempo, os Mestres Espirituais que ensinam, coordenam, inspiram e organizam as atividades do Núcleo Mata Verde sistematizaram e aprofundaram os conceitos que apresentamos a seguir. Esses princípios destinam-se a todos que buscam compreender a vida espiritual, o sentido da existência e a presença de Deus na natureza e na criação.

Essa tradição é essencialmente espiritualista, pois afirma a existência do espírito e reconhece que o ser humano não é apenas matéria.

Embora respeitemos a opinião daqueles que negam a existência do espírito e de Deus, a Tradição Espiritualista dos Sete Reinos Sagrados rejeita a visão estritamente materialista do mundo — aquela que reduz a vida a uma simples combinação de elementos físicos.

Compreendemos que existe mais do que os olhos podem ver: existe a consciência, a alma, a vida espiritual que acompanha todas as formas de existência.

Em uma analogia simples dos nossos dias, um computador só funciona e realiza todas as maravilhas que é capaz de fazer porque possui hardware e software. Nessa comparação, o hardware representa o corpo físico, enquanto o software simboliza a essência espiritual.

Da mesma forma que ninguém consegue retirar o software de um computador e colocá-lo em uma balança — porque ele não é matéria, não possui peso ou forma física — também não é possível medir ou capturar a essência espiritual com instrumentos materiais. Ainda assim, ela é a responsável por dar vida, direção, consciência e sentido à existência.

A Tradição dos Sete Reinos Sagrados aceita a existência de um único Deus, criador e fonte suprema de tudo o que existe no universo.

Deus sempre existiu, não foi criado e sempre existirá.

Dele provém toda a criação universal; foi Ele quem concedeu vida, inteligência e movimento a todos os elementos existentes no cosmos.

Compreendemos que tudo o que existe traz, em seu âmago, a mesma natureza divina e permanece contido em Deus. Não é lógico imaginar que Ele pudesse criar algo fora de Si próprio, pois não existe um “fora” de Deus. Toda a criação está imersa em Sua essência infinita, e tudo o que vive ou existe manifesta-se dentro dessa realidade divina absoluta.

Entretanto, esse Deus não é humanizado, não possui forma humana nem traços limitados de personalidade. Trata-se da Inteligência Maior, da Causa Primeira, da Consciência Suprema que permeia e se expressa em todos os planos da criação. É a força fundamental que sustenta e harmoniza o universo, manifestando-se de múltiplas maneiras através das leis naturais, espirituais e evolutivas.

Os mestres espirituais, ao se referirem ao universo, reconhecem a existência de dois planos fundamentais:

  1. O universo material, onde se manifestam as formas, os corpos, os elementos físicos, a massa e a energia.
  2. O universo espiritual, onde existem as consciências, as almas e as inteligências sutis.

Esses dois planos coexistem e se entrelaçam, influenciando-se mutuamente, embora não se convertam um no outro, pois possuem naturezas distintas.

Segundo os ensinamentos da Tradição, no início dos tempos o Criador formou primeiramente aquilo que chamamos de universo ou dimensão espiritual, plano primordial onde surgiram as primeiras expressões da consciência. Somente depois manifestou-se a dimensão material, com suas leis, formas e estruturas próprias.

A dimensão material, embora independente em suas características físicas, mantém uma relação intrínseca com a dimensão espiritual. As forças e vibrações que atuam no plano espiritual exercem influência direta sobre os seres e objetos do plano material. Assim, o universo espiritual não apenas antecede o material, mas também o sustenta, orienta e inspira, sendo o campo onde se originam as causas que mais tarde se refletem na realidade física.

Compreendemos e reconhecemos a existência do espírito, que se desenvolve ao longo de um extenso processo evolutivo. Segundo a tradição, todo espírito teve início como uma mônada — um princípio sutil criado por Deus, composto de Sua própria substância essencial.

Essa mônada, ao atravessar incontáveis experiências, desafios e transformações, desenvolve-se gradualmente até alcançar o estágio de espírito plenamente consciente.

A mônada traz, em seu âmago, a mesma essência divina de Deus, porém em estado latente — isto é, adormecido, oculto e ainda não manifestado. Essa natureza divina interior permanece silenciosa até que, ao interagir com as estruturas do universo material e enfrentar as limitações, estímulos e provocações que a matéria impõe, ela começa a despertar.

É justamente nesse confronto com a matéria que a essência divina latente se revela. A mônada, provocada pelas experiências do mundo físico, manifesta pouco a pouco sua verdadeira natureza, permitindo que a centelha divina que sempre carregou dentro de si aflore e brilhe. Assim, a evolução torna-se o processo pelo qual a divindade interior se desvela, revelando a maravilha da própria essência espiritual que cada ser carrega desde sua origem.

Na Tradição dos Sete Reinos Sagrados, compreendemos que Deus se manifesta, aos humanos, por meio dos chamados Sete Reinos Sagrados. Em cada um desses reinos, a presença divina se revela de maneira particular, permitindo que nossos sentidos e nossa percepção alcancem diferentes aspectos da grande obra da criação. A esse reflexo de Deus em cada reino damos o nome de Divindade — não como deuses distintos ou separados, mas como expressões do Deus Único em suas múltiplas formas de manifestação.

A presença das Divindades, emanando suas vibrações e atuando em cada um dos reinos, gera forças sutis e fundamentais conhecidas como vibrações primordiais. Cada reino manifesta uma vibração própria, com características únicas, que lhe conferem identidade, propósito e função dentro da criação.

Essas vibrações primordiais são as matrizes energéticas que estruturam, organizam e sustentam tanto a natureza espiritual quanto a material, segundo a visão da Tradição dos Sete Reinos Sagrados. Por meio delas, o espírito humano percebe, sente e compreende a diversidade das formas pelas quais Deus se faz presente no universo.

São essas vibrações que moldam a dinâmica da vida, influenciam o comportamento das formas, orientam a evolução dos seres e revelam, de maneira acessível aos nossos sentidos, a multiplicidade de manifestações do Deus Único.

Cada um dos Sete Reinos possui sua Divindade, sua essência e sua função no equilíbrio da vida. De cada uma delas emana uma vibração sutil chamada Força Primordial do Reino, que atua tanto no mundo espiritual quanto no mundo material. São sete vibrações fundamentais, que sustentam, organizam e vitalizam tudo o que existe.

Na base dessa tradição, afirmamos alguns princípios essenciais:

Compreendemos e reconhecemos a existência do espírito.
Compreendemos e reconhecemos a evolução espiritual.
Compreendemos e reconhecemos a reencarnação dos espíritos.
Compreendemos e reconhecemos que a morte do corpo físico é apenas uma etapa, enquanto o espírito é eterno e continua sua jornada evolutiva.

O ser humano é formado por duas naturezas: a natureza material, visível e física, e a natureza espiritual, invisível e eterna. Vivemos no planeta Terra, que é o berço das formas e dos espíritos que aqui evoluem. A Terra é bela e perfeita em sua estrutura, mas os espíritos encarnados ainda são jovens e imaturos, tanto moral quanto intelectualmente.

Por isso, podemos comparar a Terra a uma sala de aula de pré-escola, onde os alunos ainda aprendem as primeiras lições de convivência, amor, ética e respeito. Aqui, estamos nos estágios iniciais do desenvolvimento espiritual e intelectual, cometendo falhas, corrigindo caminhos e acumulando experiências fundamentais para a expansão da consciência.

Contudo, assim como toda escola evolui e forma estudantes cada vez mais preparados, também a humanidade crescerá. Um dia, nosso planeta será um ambiente de aprendizado mais elevado — uma sala de aula destinada a espíritos mais conscientes, maduros e harmonizados com as leis divinas. Nesse futuro, a Terra abrigará seres que compreenderão profundamente a fraternidade, a responsabilidade e a cooperação universal.

A Tradição Espiritual dos Sete Reinos Sagrados se apresenta como um caminho de conhecimento e transformação, oferecendo uma visão clara e abrangente sobre a vida, a evolução e a presença divina na natureza. Ela convida cada pessoa a olhar o mundo com mais profundidade, a reconhecer que a espiritualidade está presente em todos os momentos da existência e a perceber que cada experiência humana faz parte de um processo maior de crescimento.

Dentro dessa tradição, compreendemos que o universo não é apenas um conjunto de fenômenos materiais, mas um campo vivo onde a presença divina se manifesta de múltiplas formas. Os Sete Reinos Sagrados revelam aspectos diferentes dessa manifestação, permitindo que o ser humano compreenda gradualmente a ação de Deus na natureza e em sua própria trajetória espiritual.

Seguir esse caminho significa abrir-se para um processo de autoconhecimento, entendendo que cada pessoa é simultaneamente matéria e espírito, forma e essência. A tradição ensina que a vida não se limita ao corpo físico e que nossa jornada se estende além dos limites da existência material, continuando na dimensão espiritual.

Ao estudar e vivenciar os princípios dessa tradição, o praticante descobre maneiras mais conscientes de se relacionar consigo mesmo, com os outros e com o mundo. Aprende a interpretar os acontecimentos com mais sabedoria, a perceber as lições presentes em cada desafio e a cultivar valores que promovem equilíbrio, respeito, amor e responsabilidade.

Assim, a Tradição Espiritual dos Sete Reinos Sagrados se configura como um caminho de luz, aprendizado e expansão interna. Mais do que uma doutrina, é uma forma de compreender a vida e de caminhar em direção ao sagrado que habita todas as coisas. É um convite para harmonizar a própria existência, reconhecendo que Deus se faz presente no universo, na natureza e no coração de cada espírito em evolução.

São Vicente, 04/12/2025

Manoel Lopes

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